Vc conhece alguém que se submete a ter relacionamentos abusivos? Vem na sua lembrança alguém que comporta-se com total submissão dentro de um relacionamento, aceitando humilhações, traições, desrespeito e até agressões físicas? É válido informar que o abuso não é só físico, em outros casos a violência toma proporções sutis, manifesta-se nos pequenos gestos, nas práticas de ofensas, na crítica aos seus valores, na diminuição da auto estima, quando retiram o poder de decisão e a capacidade de expressar seus pensamentos, quando se anula e tem dificuldade de dizer não, sempre ceder às vontades alheias e ser co-dependente de relacionamentos abusivos. É comum num relacionamento abusivo, independente de gênero, um assumir a posição de sempre satisfazer o outro, de maneira que os desejos do parceiro (a) sejam a prioridade na relação, enquanto o outro é anulado. Certamente vocês já conheceram alguem que já viveu essa realidade. É fato que ao percebermos uma pessoa vivendo um relacionamento tóxico, nos causa indiquinação, principalmente se a pessoa tem atributos intelectuais, físicos e morais, sendo tratada de forma abusiva, pior é perceber a passividade da vítima aceitando tudo sem nada a questionar e ainda mostrando temor em perder o seu algoz a quem se refere como "amor". O que a maioria das pessoas talvez não compreenda é o motivo que leva a alguém se posicionar desta forma. Nem sempre uma pessoa com elevado nível intelectual possui independência emocional. Esses dois atributos não são necessariamente ligados. Inteligência emocional e auto estima não se aprende ou é adquirido nas escolas e universidades, porém uma pessoa mais esclarecida e com independência financeira terá menor vulnerabilidade no que se refere a relação abusiva. Normalmente, vítimas de relacionamentos abusivos aprendem em alguma fase da vida que isso é normal é aceitável, ou tenha vindo de um contexto familiar desajustado, onde dentre outras disfunções, presenciava agressões, onde aprendeu a associar o amor à dor e ao desrespeito, mesmo que tenha aprendido na teoria sobre a forma saudável de se relacionar, aquilo que aprendeu na prática tem peso relevante. Algumas vítimas não se percebem como dignas e merecedoras de afeto e respeito, não exigem nada do outro, percebem que são inferiores demais para pedir ou manifestar suas vontades. Tudo o que vier será aceito, como temem a rejeição evitam contrariar os parceiros (as). Reforçando que a construção da auto estima e a percepção de si próprio como um sujeito digno de amar, de ser amado, de ser respeitado e de ser tratado com dignidade poderá ser rebuscado através do benefício da psicoterapia, quando não se adquiri pelo sujeito no seu contexto familiar que é seu núcleo de referência. O histórico de relações abusivas tendem a ser repetidas, se não houver uma interrupção. Vale lembrar que este quadro não é irreversível, é fundamental que a vítima se disponha a buscar essa desconstrução, solicite ajuda profissional para que possa auxilia-la neste processo, que poderá ser lento, mas que valerá investir numa relação saudável.